quinta-feira, 23 de setembro de 2021
Um ser poltrão
(Com humildes desculpas aos catares de feijão cabralinos)
Um ser poltrão se limita com outro ser
também poltrão: só pode fazer par
com iguais que se prestarem ao papel
de, sem dó, jogarem fora quem sobrar.
Claro, todo canalha brilhará no papel,
alma congelada, de chumbo funesto:
pois, para apoiar esse poltrão, viver dele,
urge ser sempre rude e oco, mau, infecto.
Ora, nesse mimar poltrão entra um risco:
o de que entre os muitos tratos entre
um ai qualquer árido e indigesto
ao tolo ingovernável, que odeia gente.
Este o destino d'almas escravas:
seu dono lhes lança em face o ser cativo;
por essência e natura sibilante, desleal,
renega a proteção, lega todo o risco.
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