sábado, 5 de março de 2022

Sinopses esquisitas que não sei se há, mas poderia haver


Um rapaz se apega à senhorinha fantasma com quem divide o apê; ao ser trampolinado, por questões de trabalho, para uma mudança de cidade, passa a mover mundos e fundos do além a fim de transportar consigo o espectro fofinho que está "preso" ao imóvel.

Uma jovem pesquisadora fica obcecada com o que acredita ser um Código Brás Cubas, intrincadamente distribuído por entre os capítulos escritos ou pontuados do defunto autor. Os vídeos da influencer bombam tantomente o assunto que a caça ao suposto "manuscrito perdido" de Machado chacoalha o país – até que a moça acaba visitada sem intenções amistosas por um suposto descendente oblíquo do Bruxo, interessado em manter casmurramente o segredo de sua existência.

Como herança do pai que não chegou a conhecer, uma mulher recebe um barquinho caidaço e a determinação gritante, sacramentada em cartório, de não vendê-lo ou desfazer-se dele dalgum outro modo sem antes adentrá-lo pes-so-al-men-te (sozinha) ao menos uma vez. Não muito impressionada mas curiosa com a condição excêntrica, a herdeira consente em visitar a embarcaçãozinha – e tem uma full queda de queixo ao descobrir que o minibarco é, da porta do capitão para dentro, um navio operante na época e nos moldes de um Titanic, que vem e vai transportando passageiros completamente ignorantes a respeito desse portal para outro século.

Uma moça se aproxima, no metrô, de outra que está usando um vestido vendido pela primeira num brechó de internet. Ambas acham graça da coincidência e engatam amizade; ao longuinho do tempo, porém, a ex-dona do vestido vai colhendo vários indícios de que o encontro com a atual proprietária não teve nadíssima de casual.

Fissuradaço na filha do vizinho fazendeiro, mas sem remota perspectiva de ser correspondido, um rapaz dá de stalkear seu alvo da maneira mais única e esdrúxula: alternando-se com o espantalho da fazenda, do qual imita perfeitamente o aspecto e o figurino. O pai da moça descobre e – transtornado com o que acredita ser alguma ação coordenada por inimigos – ameaça a vida do jovem, que só não é moído pelo vizinho porque sua musa fica com pena e se arrisca para salvá-lo, assumindo diante do fazendeiro a autoria da pegadinha. O moço entende erradamente que a crush agiu por amor a ele e dá vazão definitiva à sua bad trip; sequestra a guria para resgatá-la. Como o raptor se conserva vestido de espantalho, ocorre à vítima alimentar a fantasia de que ambos estão indo ao palácio do Mágico de Oz, a fim de manipular o deliroide com elementos da história e conseguir que ele a deixe "falar com seus outros amigos" no caminho. Em dado momento ela estabelece contato com a polícia, que vai monitorando virtualmente a jornada e interagindo com o espantalho ensandecido como se o guiasse a uma Cidade das Esmeraldas hospitalar.

Para ele pôr o cérebro no lugar.

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