Foi a Renascer de Jacarepaguá entrar na Sapuca, abrindo o carnaval do Rio de Janeiro, e meu Fábio comentou: já sei que o post de hoje vai tascar Romero Britto. Batata. De apaixonadíssima que sou pela felicidade colorida do pintor, não podia dar outra. Romero é daqueles que têm minha fãzice incondicional, entregue, irrestrita; digam o que disserem os críticos mais azedos – que sua arte é comercial em excesso, que reproduz infantilmente o estilo de Andy Warhol –, faço muxoxo e sigo bebendo da fonte. Sou viciada em tudo que acha mui razoável ser simples. Tudo que considera vital ser direto. Limpo. Desafetado. De alegria objetiva.
Soube que, para compensar qualquer resmunguice de detratores, os loucos por Romero (quase todos) chamam seu trabalho de “arte da cura”. Como discordar? se é consolador para os olhos, para a gente, sofrer tanta inundação de traços fortes, que sabem sem pudor a forma desejada? Amo a improbabilidade deliciosa do sr. Britto, o estapafúrdio das misturas, o súbito das geometrias, a dança quase agressiva de tons que comprova, ante nosso conformismo, que estranho e inesperado às vezes bailam e (se) resolvem. Romero brinca de encarnar o comercial antiguinho da Faber-Castell, aquele que nos confortava da volta às aulas ao som da “Aquarela” de Toquinho. É simplesmente a maravilha possível, a proeza realizável, o poder acessível; a confirmação de que, com cinco ou seis retas, é fácil fazer um castelo.
Ele fez. Não só nos motivou com retas e curvas palpáveis, mas construiu-se uma vida alternativa às possibilidades geradas no nascimento. Construiu-se alternativas com tijolo de papel e tinta, de ideia e cor, riso e fofura, bolas e triângulos, simpatia e pincel. Construiu com um bocadão de labuta e outros tantos quilos de pura nuvem, de pura gostosura nossa. Romero, meu herói, prova que não é descabido sobreviver – largamente – de beleza materializada. Risonha. Sem lero-lero. Sem burocracia. Posta um palmo adiante do nariz ou da mão.
Beleza que (a não ser que desbotemos todos por dentro) nunquinha descolorirá.
Ele fez. Não só nos motivou com retas e curvas palpáveis, mas construiu-se uma vida alternativa às possibilidades geradas no nascimento. Construiu-se alternativas com tijolo de papel e tinta, de ideia e cor, riso e fofura, bolas e triângulos, simpatia e pincel. Construiu com um bocadão de labuta e outros tantos quilos de pura nuvem, de pura gostosura nossa. Romero, meu herói, prova que não é descabido sobreviver – largamente – de beleza materializada. Risonha. Sem lero-lero. Sem burocracia. Posta um palmo adiante do nariz ou da mão.
Beleza que (a não ser que desbotemos todos por dentro) nunquinha descolorirá.
4 comentários:
Romero Britto é Romero Britto, sou fã de mais dele, meu filhinho de 6 anos na escola, ano passado passou a conhecer os trabalhos dele e agora até identifica os desenhos desse cara que adoro.
Parabéns pelo seu blog, sempre muito interessante.
BJs
Estou te seguindo, me segue tmb?!
http://cronicaseasssuntosfeminino.blogspot.com/
Texto muito interessante. Parabéns.
essas malas são bem diferentes
http://rocknrollpost.blogspot.com/
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