terça-feira, 31 de agosto de 2021
O dito pelo não dito
segunda-feira, 30 de agosto de 2021
Há uma manhã nascendo sobre os meus remendos
domingo, 29 de agosto de 2021
Uns e outros
Os lúcidos e os lúdicos.
Os estáticos e os extáticos.
Os degradados e os degredados.
Os sustidos e os sustados.
Os espertos e os expertos.
Os flagrantes e os fragrantes.
Os ratificadores e os retificadores.
Os de estufa e os de estofo.
Os de defeitos sortidos e os de efeitos surtidos.
Os descriminados graúdos e os discriminados miúdos.
Os recreadores dos altos e os recriadores dos autos.
Os agitadores da maça e os animadores da massa.
Os empoçados na vida e os empossados de vida.
Os insertos na festa e os incertos do que lhes resta.
O paço dos que imperam e o passo dos que operam.
O cheque descontado e o xeque descortinado.
A cessão da luta e a sessão de luta.
Os que delatam e os que dilatam.
Os que presam e os que prezam.
Os que sugam e os que seguem.
Os que absorvem e os que absolvem.
Os que espiam e os que expiam.
Os que afeiam e os que afiam.
Os que fruem e os que fluem.
Os que autuam e os que atuam.
Os que soam e os que suam.
Os que enformam e os que informam.
Os que agouram e os que auguram.
Os que ascendem e os que acendem.
Os que apreçam as soluções e os que apressam as soluções.
Os que fogem à missão comprida e os que buscam a missão cumprida.
O que há de falto, o que há de farto (o que há, de fato?) na parte doida e na doída – da vida.
sábado, 28 de agosto de 2021
Primeiras palavras
sexta-feira, 27 de agosto de 2021
Dez quilos de mandioca e outros obrigados
quinta-feira, 26 de agosto de 2021
Meia-volta, volver
quarta-feira, 25 de agosto de 2021
Reúsa e não abusa
terça-feira, 24 de agosto de 2021
A frase mágica
segunda-feira, 23 de agosto de 2021
Colagem
domingo, 22 de agosto de 2021
Onde estarão as cartas
sábado, 21 de agosto de 2021
Não sou doutora de nada
sexta-feira, 20 de agosto de 2021
Sem palavras
quinta-feira, 19 de agosto de 2021
Camonianas brasileiras
Brasil é jogo que rola sem se ver,
é sangria que jorra, e não se sente;
é um adiamento permanente,
é mó que nos lamina sem moer.
É um requerer mais que receber;
é andar encantado e descontente;
é nunca recobrar-se de doente;
é um cuidar que morre ao se viver.
É querer estar nisso sem vontade;
é tratar de quem sofre – o sofredor;
é ver quem nos desmata abrir a grade.
Pois como causar pode um tal horror
nos corações brazucas amizade,
se é tão contrário a nós este senhor?
Cem anos de sigilo – ora, espia!
E sempre sem mais essa nem aquela;
porque não serve a nós, mas quem na cela
estar, por prêmio justo, deveria.
Os dias, na esperança de um só dia,
passamos, já sonhando com a estrela
que há de nos livrar dessa panela
de carcarás que em nós a garra afia.
Vendo o triste do povo os seus enganos
brecarem toda ação consumidora,
roubarem-lhe a sustança merecida,
começa de acordar nestes dois anos;
e já se libertara, se não fora
a lira tão de perto assim tangida.
quarta-feira, 18 de agosto de 2021
Ciência poética
terça-feira, 17 de agosto de 2021
A flor que anda
segunda-feira, 16 de agosto de 2021
Saber-se amado
domingo, 15 de agosto de 2021
Nave-mãe
sábado, 14 de agosto de 2021
Um limite ao erro
sexta-feira, 13 de agosto de 2021
Superpoderinhos
quinta-feira, 12 de agosto de 2021
Como é difícil ver o natural
quarta-feira, 11 de agosto de 2021
Irmã coragem
terça-feira, 10 de agosto de 2021
Ciranda do Cloroquina
(Com mil perdões de Chico Buarque e Edu Lobo)
Todo mundo tem
Algo além de decoreba
Se quiser falar sobre a China
E tem cor de sol, tem um lado natureba
Só o Cloroquina que não tem
E não tem bandeira
Que não seja estrangeira
Gingar de capoeira
Ele não tem
Reparando bem
Todo mundo tem no olho
Uma imensidão cristalina
Todo mundo tem algum dom que está de molho
Só o Cloroquina que não tem
Nem meme da Frida
Nem letra do Emicida
Nem dor na despedida
Ele não tem
Não livra ninguém
Toda gente tem novela
Que garrou apego em menina
Tem fé na vacina
Ou teve anseios dela
Só o Cloroquina que não tem
Música do Aldir, gente
Música do Almir, gente
Dúvidas nA origem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo quer Estado
(Ou ao menos quem raciocina)
Todo mundo tem algum quê de apaixonado
Só o Cloroquina que não tem
Zelo por abelha
Camisa só vermelha
Titia que aconselha
Ele não tem
Um ladrão também
Tem vergonha do espelho
Se o correr da vida o ensina
Todos têm um milho fictício no joelho
Só o Cloroquina que não tem
Marcas de vigília
Um belo chá de tília
Um drama, uma Bastilha
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem