sábado, 25 de junho de 2011

Fundamental é mesmo o amor

Em 25 de junho de 1967, há exatinhos 44 anos, realizou-se a primeira transmissão mundial de TV ao vivo, via satélite. O programa escolhido? Quatro meninos de Liverpool cantando para o planeta: “All you need is love”.

Não poderia ser mais simbólico. O primeiro grito internacional da telinha, em tempo real, foi como o raminho de oliveira que a pomba de Noé trouxe de viagem. Há vida depois do dilúvio, há verde, há seiva; os escombros da grande enchente, os muros que repartem cidades, as guerras quentes e frias não têm a última palavra, não escrevem o verbete do mundo. No fundo, no fundo, quando o troço aperta, quando um totem o representa, quando se precisa escolher algo que defina “mundo” pra levar a uma ilha deserta, quando é urgente a mensagem para um bem-sucedido contato imediato de terceiro grau, é no ramo de oliveira e na música dos Beatles que a gente se agarra. Love is all we need.

Bacanamente, a reportagem do Hoje de ontem veio ao encontro dessa (feliz) impressão. Poucos meses após o desastre sísmico e nuclear, os japoneses andam flertando, namorando, se enroscando, casando como nunca. Simplesmente sacaram (evoluídos que são) que a vita é brevis, que pode não haver tempo para tanta workaholiquice gerar um futuro maravilhoso, que altas tecnologias se lascam no primeiro terremoto, que o planeta pode não cumprir o prazo de carência exigido por sua tradicional timidez para entabular uma relação. É possível não haver mais chance depois da próxima esquina. E o que fica? Computadores, orgulhos, imóveis, heranças, nheconhecos eletrônicos não são. Fica o que os Beatles cantaram, repetiram, cantaram, repetiram. Fica o que toda criança já decorou ao ler O pequeno príncipe: o essencial que é invisível aos olhos. Fica o pretinho mais básico do coração; a roupa de missa que a gente usa por dentro; o que a gente é, na mais filtrada forma.

Como diria minha tão querida Martha (e toda vez que eu aqui disser “Martha”, é a Medeiros): “Paciência para aquilo que vale nossa dedicação. Pra enrolação, atalho”.

9 comentários:

VicciVic disse...

Você escreve muito bem mesmo. Fico encantado com a forma conduz as palavras de forma ímpar.

Anônimo disse...

Muito legal!

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Jorge Scherbak - EsParTa- disse...

lindas palavras.. linda mensagem :)

bjos Jorge Scherbak

renata menezes disse...

Todo mundo diz isso, que tudo que precisamos é amor, mas não acho quem o pratica fielmente, diariamente.

Unknown disse...

realmente, o amor é fundamental a todo o ser humano

http://seenovidadeeuquero.blogspot.com/2011/06/quem-sabe-ainda-sou-uma-garotinha.html

Sandro Mangueirense disse...

Que maravilha de texto! Você disse tudo, acaba que no final de tudo, o que nos resta sempre é a certeza de que não podemos jamais deixar de amar. A vida é breve demais, e como bem disse, o ser humano não tem tempo a perder, porque de uma hora para outra, pode não mais ter tempo para nada. Como disse Chico Buarque, "façamos, vamos amar!"

http://estacaoprimeiradosamba.blogspot.com/

Paulão Fardadão Cheio de Bala disse...

Fundamental é só o amor, por isso q os The Beatles venderam sua música até encher o cu de dinheiro.

♥MáH♥ disse...

Nossa que bacana!
Acho mesmo que isso de namorar mais, flertar mais e se permitir mais é muito positivo!
Excelente post!

Lua (: disse...

adorei! é isso aí, fundamental é mesmo o amor... pena que parece que só os japoneses entenderam o recado né? os brasileiros estão gostando mais da vida "à toa" do que da vida a dois, pelo que venho percebendo... mas é isso aí né. texto ótimo, amo a martha também! *-* seguindo teu blog, ok? beijos e continue assim!