Última página da Criativa de abril, entrevista ao estilo “jogo rápido” com a cantora Tiê. A pergunta (ótima): “O que você tem amado ultimamente?”. A resposta (bárbara): “A minha idade”. Fiquei fascinada. Quantas mulheres de 31 (por feliz coincidência, a idade da cantora é a mesma que a minha), 15, 23, 40, 18, 57 responderiam isso? Pelo visto, além do nome e da voz, nossa Tiê tem alma de passarinho.
Amar sua idade é respeitar-se. Ter (com)paixão pelo febril e pelo maduro de seu momento. Não ter saudades do vestibular nem esquecer a sede de ser calouro. Chorar em público pelo primeiro amor e declarar-se em público para o último. Deixar a saia crescer da coxa para os joelhos com a mesma alegria. Ter lido Capricho, ter passado à Marie Claire, ter voltado à Capricho para discutir com as filhas. Não fazer dieta de épocas, cortando-as do cardápio de memórias: renegar sua idade, atual ou já tida, é renegar amores que com ela vieram – amores aos quais só se chegou pisando em certos paralelepípedos de anos, aqueles anos, não outros. Renegar sua idade é fazer regime de si mesmo. Somos o que fomos.
(Rugas, espinhas, gesso, band-aid, lenços molhados e afins são só efeitinhos colaterais da delícia de descobrir o que seremos.)
3 comentários:
muito bom teu blog. interessante e divertido, eu que sou mais nova que isso, adoraria ser um pouco mais velha, mas isso logo acontecerá...
aliás apesar de não ter chegado lá, a maioria das mulheres, preferem ter seus 30, o auge que chega a maturidade.
to seguindo, se quiser seguir o meu =* parabéns e sucesso!
a maioria das pessoas realizadas tanto profissionalmente quanto sentimentalmente tem mais de 30...
http://andyantunes.blogspot.com/
As pessoas se assustam com o avançar da idade e deixam de vivê-la. Crescer é preciso e alcançar a maturidade faz parte da vida.
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