Assim era conhecido o comemorado de hoje, São João Batista. Sempre gostei da definição. Por identificação, talvez. Quer mais deserto e barulhinho cricrilante de grilos do que professor fazendo pergunta em sala de aula?
Quisera eu, porém, ser voz macha que nem João, que nem os joões que perambulam aí no mundo, denunciando aos brados, em negrito, em caixa alta; discordando, analisando, investigando, importunando, amofinando falcatrueiros com e sem mandato, botando a cabeça em risco de terminar numa bandeja. Os jornalistas que escarafuncham, os promotores que intimam, os policiais que enfrentam, os juízes que peitam, os consumidores que reclamam, as testemunhas que relatam, os fotógrafos que retratam, os professores que passeatam, os missionários que vacinam, os seringueiros que encaram, os ongueiros que resolvem, os honestos que devolvem. Gente que faz – barulho. Barulho do bem. Que deixa os tímpanos a salvo de iPods alienantes (metáfora! metáfora!) e passa o dia estourando tímpanos alheios – os certos –, perturbando sonos que, teoricamente, não deveriam transcorrer em paz.
A João, aos joões e joanas deste mundo, um viva! Que as veredas se aplainem, que os desertos escutem, que a mudez da resposta não os detenha. Vida longa e próspera aos tão totalmente apaixonados pela vida que fazem da própria morte um mero detalhe.
8 comentários:
Eu não queria ver minha cabeça em uma bandeja...
Mas já fui queimada na fogueira várias vezes...
Uma bela metáfora hehehe
http://andyantunes.blogspot.com/
Não é fácil essa vida de João...
Bela forma de retratar e exaltar esta "vida de joão"...
Adorei!
;D
Q lobisóme vc.
amei seu texto e seu blog!!
parabéns!!
Vida longa aos joões que lutam pelo que acreditam, em especial aos que não tentam enquadrar todas as outras pessoas em seus "ideais".
Parabens pelo blog.
Muito bom.
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