Hoje foi o World Hello Day, dia de simplesmente mandar um “oi” a conhecidos e desconhecidos – assim, nessa candura. Não conhecia a celebração que envolve vários países e achei, no mínimo, o máximo. Um olazito que se diga por aí parece coisa de 1,99; mas, a considerarmos demoradamente, nada tem de chinfrim. Dar um oi é reconhecer a existência de. Dar-se ao trabalho de não ignorar a presença de. Assumir que se está cruzando com. Olhar para. Ao menos olhar para. Olhar a ponto de admitir que aquele ser vale a demora de um mexer de lábios, vale a doação de um segundo, um milésimo de segundo. Vale um som. Um ou dois fonemas simpáticos no dia. Vale a honra, o selo de uma prova de vida. Entre milhares de vidas diariamente esbarradas, ter a deferência de um oi equivale, em proporção, a recepção com bandinha.
E receber oi de presente equivale a estar presente. Onde for. Vai dizer que você se sente na mesma dimensão de uma festa, lotadaça, na qual não ganha um mísero cumprimento? Vai dizer que não sofre a solidão da família – mesmo a sua – em que o deixam despercebido no cantinho? enquanto cada qual mergulha nas individualidades da rotina? Oi pode não ser diálogo, abraço, mas é a possibilidade de. Rascunho. Primeira viabilização de um qualquer toque humano. Às vezes vem sem voz: vem no sorrisito cúmplice de canto de boca, no olhar grávido de brejeirice (ah, as brejeirices!) e, melhor, no beijinho de cheguei-da-rua. Mas só é melhor se o beijinho não chega da rua meia hora antes do coração.
Amanhã e depois e depois e no infinito vezes dois, prossiga na vibe do oi. Oi pro taxista, oi pro ascensorista, oi pro porteiro, oi pra mãe, oi pro boy, oi pro gari, oi pro aluno no corredor, oi pra secretária no hall. Custa menos que o cafezinho nosso de cada intervalo, e dá aquela acordada básica naquela mania de enxergar o outro – que a gente não tem.
E receber oi de presente equivale a estar presente. Onde for. Vai dizer que você se sente na mesma dimensão de uma festa, lotadaça, na qual não ganha um mísero cumprimento? Vai dizer que não sofre a solidão da família – mesmo a sua – em que o deixam despercebido no cantinho? enquanto cada qual mergulha nas individualidades da rotina? Oi pode não ser diálogo, abraço, mas é a possibilidade de. Rascunho. Primeira viabilização de um qualquer toque humano. Às vezes vem sem voz: vem no sorrisito cúmplice de canto de boca, no olhar grávido de brejeirice (ah, as brejeirices!) e, melhor, no beijinho de cheguei-da-rua. Mas só é melhor se o beijinho não chega da rua meia hora antes do coração.
Amanhã e depois e depois e no infinito vezes dois, prossiga na vibe do oi. Oi pro taxista, oi pro ascensorista, oi pro porteiro, oi pra mãe, oi pro boy, oi pro gari, oi pro aluno no corredor, oi pra secretária no hall. Custa menos que o cafezinho nosso de cada intervalo, e dá aquela acordada básica naquela mania de enxergar o outro – que a gente não tem.
2 comentários:
Que interessante! Não imaginava mesmo que existe um dia desses!
O texto está ótimo, realmente nunca parei para pensar como um simples ''oi'' pode afetar a a nossa vida :)
em primeiro lugar, Oi! rs
há palavras e expressões com um poder de transformação incrível, "bom dia", "oi", "tudo bem?', "posso ajudar?"... simples, nao custam nada e podem iluminar um dia inteiro...
que a corrente não se quebre!
abraço, sempre bom passar aqui e aprender um pouco.
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