Não vejo nada cabalístico, apenas fofamente interessante, no fato de a data de hoje vir cheia de uns. 11/11/11 – que linda constância! Soube de algumas noivas que optaram pelo casamento na data só por garantia: que cidadão vai ter desculpa para esquecer aniversários? Rolo de macarrão na cabeça. Espacinhos assim no calendário existem para a imprensa exibir bebês rechonchudos (“nasceu às 11h11!”), mamães dos bebês rechonchudos terem história e certidão para mostrar, maridões suspirosos não terem álibi para se distrair. Fora curiosidades tais, nenhuma revelação mística ou mensagem transcendental. Até porque, usando calendários de sééééculos atrás, estaríamos em casa completamente diferente da folhinha. Qualquer medida de tempo é mero acordo entre cavalheiros.
Mas podemos criar nossos próprios motivos e motivações, simbologias particulares para fazer girar um universo volta e meia entediante. Por que não homenagear o sexteto de uns empregando este dia – nem digo o dia inteiro; vá que seja uma horinha, duas, quinze minutos, dois – em alguma primeira vez? Alguma estreia, alguma ineditice que cubra de novidade morna o que sobra de rotina? Alguma calda de chocolate novíssima sobre a marmita do sempre? Nestas 24 horas cheias de repetições, agendemos um lançamento. De preferência naquilo em que não esperávamos nos inaugurar.
Entremos num curso de francês. De mandarim. De dança do ventre. De dança do salão. Adentremos um museu eternamente espiado e nunca conhecido. Aluguemos nosso primeiro Godard. Nosso primeiro Fellini. Nosso primeiro pedalinho. Nosso primeiro apê. Nosso primeiro esqui. Provemos a maior interrogação do cardápio. Estreemos um tipo de pimenta no almoço. Experimentemos jogar pingue-pongue. Ou xadrez. Ou sinuca. Arrisquemos o telefonema sempre temido. Proponhamos a atividade sempre adiada. Engatemos a leitura sempre empurrada. Fiquemos um dia distribuindo sorrisos a esmo, em ruas jamais andadas, em praças jamais atentadas, em reuniões de condomínio jamais atendidas. Ouçamos vozes jamais entendidas. Tentemos sapatos jamais cogitados. Vestidos nunca tão abertamente floridos. Amigos nunca tão entranhadamente abraçados. Palavras nunca tão loucas e inexistentes, tão neológicas e proparoxítonas. Tentemos. Inventemos. Diferentemos.
E quando der zero hora do dia 12, sexteto desfeito, diferentemos de novo. De novo de novo de novo. Que primeiras vezes são feitas para injetar cafeína e canela no leite desnatado dos dias. São feitas para termos e tornarmos a ter qualquer faixa a ser cortada para, teimosamente, nos celebrar.
Mas podemos criar nossos próprios motivos e motivações, simbologias particulares para fazer girar um universo volta e meia entediante. Por que não homenagear o sexteto de uns empregando este dia – nem digo o dia inteiro; vá que seja uma horinha, duas, quinze minutos, dois – em alguma primeira vez? Alguma estreia, alguma ineditice que cubra de novidade morna o que sobra de rotina? Alguma calda de chocolate novíssima sobre a marmita do sempre? Nestas 24 horas cheias de repetições, agendemos um lançamento. De preferência naquilo em que não esperávamos nos inaugurar.
Entremos num curso de francês. De mandarim. De dança do ventre. De dança do salão. Adentremos um museu eternamente espiado e nunca conhecido. Aluguemos nosso primeiro Godard. Nosso primeiro Fellini. Nosso primeiro pedalinho. Nosso primeiro apê. Nosso primeiro esqui. Provemos a maior interrogação do cardápio. Estreemos um tipo de pimenta no almoço. Experimentemos jogar pingue-pongue. Ou xadrez. Ou sinuca. Arrisquemos o telefonema sempre temido. Proponhamos a atividade sempre adiada. Engatemos a leitura sempre empurrada. Fiquemos um dia distribuindo sorrisos a esmo, em ruas jamais andadas, em praças jamais atentadas, em reuniões de condomínio jamais atendidas. Ouçamos vozes jamais entendidas. Tentemos sapatos jamais cogitados. Vestidos nunca tão abertamente floridos. Amigos nunca tão entranhadamente abraçados. Palavras nunca tão loucas e inexistentes, tão neológicas e proparoxítonas. Tentemos. Inventemos. Diferentemos.
E quando der zero hora do dia 12, sexteto desfeito, diferentemos de novo. De novo de novo de novo. Que primeiras vezes são feitas para injetar cafeína e canela no leite desnatado dos dias. São feitas para termos e tornarmos a ter qualquer faixa a ser cortada para, teimosamente, nos celebrar.
6 comentários:
Adorei o post!
11\11\11 para mim até agora não passou de mais um dia, 11:11hr não passou de mais uma hora. Mas o mais importante de todos os dias e poder contar mais um dia, mais uma hora, mais uma oportunidade Divina!
beeijo!
Que suspense por hoje ser 11/11/11. Em todo lugar ta assim! E o meu começou com chuva. Será um aviso?
http://blogfunfashion.blogspot.com
Eu amo essas datas que se coincidem ! Elas são meio que raras e eu gosto de coisas raras !
http://blogadosaki.blogspot.com
Amei o blog, gostei muito da maneira que você escreve! Para mim hoje, um dia normal! Sério, a única coisa legal é são os números mesmos, nada de mais.
Parabéns pelo blog! Abraço!
Comente no meu também:
http://enricows.blogspot.com/
Haha, sobrevivemos a mais um fim do mundo ;)
Gostei do blog, bem interessante seus argumentos..
se puder seguir o meu, tem sorteio por lá.. http://semparanoia.blogspot.com/
Pra mim foi um dia normal mas eu acho legal as pessoas marcarem casamentos ou partos para o dia de hoje.
Mas é uma boa ideia a sua pena que o dia já ta quase acabando mas amanhã eu faço algo novo :)
http://thebookofmydreams.blogspot.com/
Postar um comentário