Não estaríamos aqui – eu e você postando, você e eu comentando – se não fosse um nosso camarada: Sir Timothy John Berners-Lee. Há exatíssimos 20 anos, o sujeito colocou no ar o website número 1, inaugurando o quê, o quê, o quê? esta ime(eeeeeeee)nsa rede em que vos falo. Esta World Wide Web a quem damos os primeiros bons-dias e engolimos com rosquinhas no café. Esta internet que levamos para passear, que levamos ao médico, que levamos no bolso. Com quem acordamos contentes e dormimos abraçados. Estas veias e artérias em que circulam dados, pedidos, beijados, confessados, fotografados, suspirados; em que correm afetos e saberes, sangue do mundo.
Cresci sem internet, perfeitamente feliz. Mais perfeitamente feliz prossegui, depois que eu e ela nos entrelaçamos. Louvo as delícias do tempo em que não a tive e as vantagens estrondosas de a ter. Igual gratidão. Folheei com gosto a Mirador Internacional e folheio encantada a Wikipédia. Encomendei CDs de amigos viajantes e encomendo tudão de lojas virtuais. Minha adolescência se esbaldou entre correspondentes de papel e chats do UOL. Mas o e-mail – ah, o e-mail! – me faz beijar os pés de Sir Tim numa alegria sem precedentes. Nunca, nunquíssima, nunquinha consegui ouvir toque de telefone sem estremecer de desgosto. Tim me salvou do trim; e-mails reuniram a paixão das cartas à urgência dos (humpfff!) telefones, e meu universo comunicativo entrou na era de Aquarius. Depois vieram os blogs: nirvana.
Sim, sim, os azedos me lembrarão que não estamos apenas num palco das Grandes Navegações. Web tem monstro marinho que só: pedófilo montando clubinho, hacker invadindo conta, mail engabelando usuário, reputação destruída no YouTube, bullying feito no Orkut, intimidade violentada no MSN. Tem? Tem. Como tem pedófilo, ladrão, estelionatário, fofoqueiro, bully, chantagista, ressentido aqui fora. Como tem ONG, site de educação, grupo de filosofia, venda de ingresso, reencontro de parente, formação de casal, reunião de turma lá dentro. Como a TV faz campanha e mostra desgraça, como a laranja vai contra a gripe e a favor da gastrite, como o futebol cria músculos e destrói joelhos, como a arte marcial dá equilíbrio e mata, como o chocolate dá barato e engorda, como o (humpfffffff!) telefone salva e vicia. Internet é gente, mundo é gente. Ficam com o uso que a gente dá, jogam no lado em que a gente põe, têm a cara que a gente tem.
Minha internet é a minha cara. Um bairro de mim, cheinho de Google, Wiki, add friend, responder, encaminhar, curtir, aceitar depoimento, compartilhar notícia, escrever comentário, publicar postagem. Moro dentro dela tão bem quanto fora, cá ou lá eu igualmente “me sou”. Porém só tenho a agradecer ao Sr. Berners-Lee pela “second life” em que tudo vale a pena se a vida não é pequena.
Nós, à rede, o perigo e o abismo demos. Mas nela é que (também) espelhamos o céu.
10 comentários:
sou igual vc, cresci mto bem sem net mas agora é muito foda continuar sem
como diria Michael Kyle: a internet é a uma grande estrada, e o que tem na beira de toda estrada? aahahaa
Realmente. Todos crescemos sem internet, mas hoje faz parte de nosso cotidiano, é dificil viver sem, por mais que tentemos. Adorei o seu blog. Depois visita o meu e me diga o que achou! Beijos.
http://vaidadeincomum.wordpress.com/
Quando inserimos algo na nossa vida e passamos a 'usá-lo constantemente, se torna muito difícil tirar. Internet, eu já fui feliz sem ela, mas hoje não só como passatempo, sabendo aproveitar, é essencial e bem-vida! :D
preciso?
talvez.
Preciso é amizade,respeito,amor,etc
A internet tem que ser controlada, senão vicia.
A internet fascina a cada novo dia! Que bom que ela existe! até mais
http://radiowebsafira.blogspot.com
Concordo plenamente
http://oicarolina.wordpress.com/2011/08/06/oianak-a-distancia-vai-ajudar/
um viva para essa pessoa :p
http://apaixonadasporcosmeticos.blogspot.com/
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@Ap_Cosmeticos
Internet agora é necessidade!
Trabalhos, comunicação e etc.
Amei o texto!
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