
Se finou-se; transpôs-se o velho Chico. Mas não levou nosso imenso vácuo, nosso buraco negro de saudade para mais aquém do além, adonde que veve os mortos. A saudade fica e sará malígrina. A saudade fica e ainda morremos disso. Nós que éramos doooooidos por esse neguinho, nós que queríamos ter um pai-pai (um filho, um amigo, um parceiro de torcida, um amado mestre, um incontestável guru) assim, de repente estamos órfãos do prefeito, do profeta e do professor, do coronel e do malandro, do mordomo e do repórter, do jogador e do símbalo sescual. De repente morremos disso e só pensamos naquilo: que temos horror à morte, que queremos que a morte se exploda. Que pô, nosso Chico é xovem, e xovem é outro papo. Que sua saidinha dura a ligeireza de um vapt-vupt, porque afinal isso nos ama! isso nos ama. Mentira, Chico?...
(“Verdade”, diz: “Verdade”.)
Mas ai, que dor nos quartos, meios e inteiros: a voz que sempre tivemos garavada no peito em seus mil timbres, a voz que sempre houve não ouve – permanece ca-la-da. Em silêncio tranquilo nos recomenda alegria, alegria, e que a gente faça como ela: sorrrrria. Sorri ainda uma vez o seu techau.
E o nosso coração, ó.
3 comentários:
hahaha, muito bom!
chico foi e sempre será o
maior humorista da história
não tenho a menor duvida disso.
Saudades eternas do nosso maior humorista Chico Anysio!
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