sábado, 5 de fevereiro de 2022

Não gosto de


Saia plissada, atividade suada, momento de piada, calçada que venta, estampa dos anos setenta. Polenta. Palmito. Vocabulário erudito. Gente gritando "mito" e crendo em facada.

Cerveja; peleja; essência de cereja; brotoeja de verão; suco de limão, laranja, acerola; parede de escola dividida em duas cores; jardim sem flores; entrevistas de jogadores; esporte com ou sem bola.

Novela mexicana, curvador de pestana, banana que não seja prata. Papo de magnata. Regata de alcinha. Pegadinha. Dobradinha. Caipirinha. Almofadinha que promove farinata.

Nabo, quiabo, cabo de aparelho, lavabo sem espelho. Chá de boldo; toldo na ventania; nostalgia; academia; programas de porn dermatologia (aqueles que espremem cravo). Loja que deve centavo. Saia com assimetria.

Purê de inhame. Exame. Madame. Esparrame de elogio ao vivaço. Sono sem cansaço. Palhaço (com exceção do meu Coringa). Torneira que pinga. Gente que rezinga. Gente que rouba espaço.

Cheiro de macela; gordura de mortadela; vizinho tagarela; vela com perfume. Noite sem vaga-lume. Ciúme. Tapume. Telefone. Interfone. Zumbido de drone. Píncaros de volume.

Filmes de três horas, chamadas sonoras, senhoras patriotas. Chacotas. Lorotas. Seres medievais criticando as cotas. Chiclete. Dezessete. Gente-marionete. Fim do videocassete. Caça que não é de comida. Fãs do genocida. Compra retida – ou salgada no frete.

Atrasos de vida.