quarta-feira, 8 de setembro de 2021

A urna (eletrônica)

(Sobre os versos de "O caderno" e sob as vênias de Toquinho e Mutinho)

Sou eu que vou salvar você
De fazer um rabisco quando for votar
Em todos os governos
Escolhidos vou estar
Após a campanha,
Vem com fé e álcool gel:
Ninguém vai nem gastar com papel

Sou eu que faço pronta-entrega,
Sem problemas: logo todos vão saber
(Sofrer com) quem pros cargos nacionais
Foi se eleger
Serei sempre seu instrumento fiel
Se seu dedo tocar meu painel

Sou eu que luto e me afadigo
Pra não ter perigo
Dum ardil qualquer
Se acharem que sou caixa do Itaú ou Santander
Nem hacker, ninja, geek, vagabundo ou incel
Vão poder penetrar meu broquel

O que está inscrito em mim
Comigo ficará guardado,
Ninguém vai saber
Não há maquinaria ou gente
Pra me corromper
Por isso, apesar do que o zap disser,
Não me trate como urna qualquer

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