sábado, 4 de setembro de 2021

Irritações linguísticas


Esse tal termo Paralimpíadas, em vez de Paraolimpíadas como manda qualquer bom senso histórico/mitológico – visto que não temos nem nunca tivemos na Grécia o monte Limpo ou a região de Límpia.

A mania de agora, a três por dois, enfiar-se um pronome pessoal para REFORÇAR o substantivo que, em tese, deveria ser mais forte que o pronome: "As meninas, elas estão..."; "Os candidatos, eles farão a prova...". Ora carambolas coloridas! pois então não basta o nome da coisa, gente?...

O cinismo de chamar aos funcionários das empresas colaboradores.

A recusa em se conjugar o ver conforme manda a tia Norma. "Quando eu ver" não existe, pitombas radioativas!!

A dedicação das legendas em não acertar um miserozinho porquê que seja.

A teima no rótulo de NOVO coronavírus, como se já não andássemos há mais de ano e meio em pendenga com essa bagaça.

"Reinventar-se". "Superação". "Novo normal". "Estamos no mesmo barco".

Particípios irregulares imaginários, como "tinha trago", "tinha chego".

Golpes de "haviam" ou "tinham muitas pessoas" diretamente nas fuças do estômago.

Pessoinhas que não são atletas ooolímpicas nem paraoooolímpicas dizendo que vão treinar ou que o treino está pago (certo: se as mensalidades da SmartFit não se acham atrasadas, realmente está).

Bolsoafetivos empenhados em chamar todas as verdades desinteressantes de narrativas.

(E todas as dores alheias de mimimis.)

Classificações insuportavelmente cringe de quem, imagino, anda sem louças na pia para enxaguar e sem paredes em casa pedindo aquela demãozinha de Suvinil.

Qualquer fonema saído da boca daquele lá.

Os altos – REALMENTE altos – diálogos do videogame do vizinho.

Os gritos de "Mengo!!!!" do outro vizinho, em qualquer horário, com cobertura de pelo menos dezoito quarteirões.

Fatos esganados por opiniões.

Nenhum comentário: