terça-feira, 30 de novembro de 2021

Mais sinopses aleatórias que não sei se há, mas poderia haver


Uma família compra em leilão, baratinhamente, um imóvel que parece se encontrar em bom estado geral. Alguns dias abrigados no local para fazer as reformas e a sinistrice enfim dá as caras: acontece que a casa materializa bem que dói a máxima "as paredes têm ouvidos", e TUDO, absolutamente TUDO que ali dentro é dito ou sequer sussurrado começa a brotar escrito nas paredes. Como é esperável, a impossibilidade crônica de manter o mínimo segredo em família vai aloprando o relacionamento doméstico, que azeda de vez quando as falas passam a ser também estampadas do lado de fora.

Decidido a fazer um experimento social, um cientista inventa que deixou escapar do laboratório um vírus novo (na realidade inexistente); a onda de pânico, porém, avança muito maiormente do que o sujeito previa, o que logo o leva a ser indiciado por "negligência" na contenção do vírus, além de ameaçado e execrado por todos. Mesmo assim, o homem fica em dúvida entre assumir (inclusive fornecendo "evidências" d)o crime imaginário ou defender-se revelando sua experiência sociológica perversa – opção que talvez o levasse a uma condenação pública superior a seus próprios limites.

Uma mãe de família é sequestrada e substituída por um robô (obra de uma corporação que também só queria testar um negócio, ou assim dava a entender); na casa, entretanto, apenas o cachorro aparenta se indignar com a troca. Magoada com a realidade que os responsáveis pela empreitada fazem questão de mostrar-lhe, a mulher topa fazer parte do projeto, que se apresenta como uma espécie de "resgate dos invisíveis". O que os idealizadores não contam aos "resgatados" – todos remanejados por eles para novos países, endereços, vidas – é que, nessa espécie de reinício, acabarão compondo uma mão de obra inconscientemente escrava, empenhada justamente em defender pelo mundo a mecanização total da mão de obra.

Um grupo de fantasmas organiza sindicato e entra em greve após uma gerência otimizadora obrigá-los a assombrar não o local a que se sentem conectados, mas qualquer imóvel que estiver "na vez" dentro de um cadastro único.

Cinco crianças nascidas no mesmo dia e maternidade vêm ao mundo com as vozes trocadas. Como duas das mães são amigas, cerca de dois anos depois do nascimento de seus pequenos elas identificam a mesma bizarra dissociação entre quem eles são e o que dizem; decidem, então, procurar as outras três crianças para ver se estas têm as mesmas características. Uma vez constatado que sim (e esgotadas todas as tentativas de destrocar as vozes com algum tratamento), as cinco famílias não veem alternativa senão criar a pimpolhada num só rebanho – situação que aparentemente perdurará, para as criaturas assim atadas, até a morte.

Com sorte.

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