quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Outras sinopses aleatórias que talvez não existam para títulos que já


Quanto mais quente melhor – Duas jovens se conhecem numa clínica especializada em alergias estranhas; ambas têm uma intolerância arretada ao frio, e só podem ser pleníssimas em suas funções fisiológicas quando a temperatura anda acima dos 25 graus. Como as famílias das moças estão enraizadas – sem nenhuma condição econômica de levantar âncora – numa região nada propícia à saúde de quem tem alergia tão sui generis, as gurias decidem apoiar-se uma na outra para buscar nortes mais quentinhos; combinam, então, de trabalhar por um tempo como dançarinas sensuais a fim de juntar uma parte gordita da grana. Só que uma das jovens se apaixona infinitamente pelo irmão da outra, e o rapaz, sem saber do trato existente entre elas nem da doença da nova namorada, confessa-lhe que está finalmente em vias de conseguir resgatar a pequena fazenda da família, na qual sempre sonhou estabelecer-se.

A princesa e o plebeu – Em tempos idade-médios ou coisa parecida, um rei esconde a filha na (adivinha) torre sob alegação de não querer que ela se contamine com o mundo nem que seja cobiçada por ele. A voz corrente é de que a princesita tem a mais acachapante das belezas e está sendo guardada para também o mais acachapante dos casamentos reais. Naturalmente, foram os próprios funcionários do castelo que fofocaram o boato a mando do rei; o que ocorre é que nem mesmo os monarcas sabem exatamente que cara tem a monarca-filha, pelo fato de esta ter nascido invisível e só ser materialmente identificável pelas roupas que usa. Bastantemente se tentou, a portas muitíssimo fechadas, delinear o rosto e os cabelos da jovem com os materiais mais criativos, porém nadica mostrou aderência suficiente para ler-lhe os traços. Em aparente desespero, ao chegar aos 18 anos a princesa faz pai e mãe prometerem sua mão ao primeiro que a tornar visível – e o primeiro, para surpresa da corte apalermada, é um boy que cresceu brincando com a mina e mais tarde ficou a seu serviço como levador de refeições e garoto de recados. Com que mágica o guri bota um rosto na amada? nenhuma, apenas com o bom e velhíssimo beijo. Não é poder do amor nem do moço, é malandrági: eis que a princesinha nasceu verdadeiramente invisível e assim foi (transparente de todo) até por volta de cinco anos, quando principiou a aprender dois fatões essenciais – que seu melhor amigo pertencia a outra classe e que ela era capaz de controlar sua invisibilidade com prática e teimosia. De maneira que, por treze anos espertos, a pré-rainha somente administrou a paciência e tramou tudo com seu futuro noivo, único vivente no reino a ter já visto (ao longo de toda a infância/adolescência) o rosto da crush coroada.

Carruagens de fogo – Essas tais são vistas toda noite, na rua, por um casal que definitivamente não acredita em fantasmas e fica intrigadíssimo com as aparições foguentas. Ao tentar aproximar-se para investigar o fenômeno, o marido acaba sequestrado por uma das carruagens e descobre, por experiência própria, que seres randômicos costumam ser capturados a fim de que seu desaparecimento atice a ira que existe no mundo. A esposa, entretanto, capta algumas palavras entrecortadas dessa explicação por meio dum telefonema clandestino do rapaz, e compreende que o único meio de tê-lo de volta é se recusando a produzir quaisquer decibéis de raiva por causa do sequestro – planejamento que inclui manter todos os familiares e amigos do moço ignorantes a respeito do sumiço.

Haja esforço de descompromisso.

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