domingo, 29 de agosto de 2021

Uns e outros


Os lúcidos e os lúdicos.

Os estáticos e os extáticos.

Os degradados e os degredados.

Os sustidos e os sustados.

Os espertos e os expertos.

Os flagrantes e os fragrantes.

Os ratificadores e os retificadores.

Os de estufa e os de estofo.

Os de defeitos sortidos e os de efeitos surtidos.

Os descriminados graúdos e os discriminados miúdos.

Os recreadores dos altos e os recriadores dos autos.

Os agitadores da maça e os animadores da massa.

Os empoçados na vida e os empossados de vida.

Os insertos na festa e os incertos do que lhes resta.

O paço dos que imperam e o passo dos que operam.

O cheque descontado e o xeque descortinado.

A cessão da luta e a sessão de luta.

Os que delatam e os que dilatam.

Os que presam e os que prezam.

Os que sugam e os que seguem.

Os que absorvem e os que absolvem.

Os que espiam e os que expiam.

Os que afeiam e os que afiam.

Os que fruem e os que fluem.

Os que autuam e os que atuam.

Os que soam e os que suam.

Os que enformam e os que informam.

Os que agouram e os que auguram.

Os que ascendem e os que acendem.

Os que apreçam as soluções e os que apressam as soluções.

Os que fogem à missão comprida e os que buscam a missão cumprida.


O que há de falto, o que há de farto (o que há, de fato?) na parte doida e na doída – da vida.

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