terça-feira, 8 de junho de 2021

Sinopses que talvez não existam para títulos que já


Bastardos inglórios Três filhos de nobres europeus (reis, inclusive) e de suas respectivas amantes, lá por aqueles séculos de não-sei-quando, se enlaçam em amizade na espécie de internato onde são criados e escondidos. Conforme crescem vão juntando pistas, trocando informações, e descobrem que tanto eles quanto os demais garotos da instituição vêm a ser herdeiríssimos renegados de vários salões e coroas. O trio organiza um motim, foge do lugar e forma, com os outros meninos, um pequeno "exército de bastardos" que desafiará cada família rejeitante, numa mistura de Peter Pan com Robin Hood, Oliver Twist e O Conde de Monte Cristo.

O senhor dos anéis O joalheiro mais maravilhosamente hábil do país é especializado em alianças, e molda cada uma delas em qualquer formato encomendado: ramos de trigo, arcos de rosas, fadas, pássaros, instrumentos musicais. Há duas condições, no entanto, para contratar os serviços do joalheiro: 1) não o aborrecer tentando vê-lo/ falar-lhe diretamente, uma vez que ele deseja NÃO saber quem são os destinatários dos anéis; e 2) aceitar que, seja qual seja a miniescultura pedida para o exterior da aliança, o interior dela será gravado pelo esquisitão sempre com o mesmo poema. Qual poema? – um que só ele e a mulher que foi seu único amor conhecem. Quando se separaram na adolescência, por se achar o moço insignificante demais para pretendê-la, ele jurou que lhe mandaria um sinal de constância, ainda que uma constância desesperançada; se o sinal viesse a encontrá-la comprometida e feliz, muito bem, que ela simplesmente o ignorasse e ele nem chegasse a sabê-lo. Se, no entanto, ela ainda o amasse, que então lhe devolvesse o sinal amarrado num fio de cabelo seu. Pois eis que um dia volta ao jovem ourives, para conserto, uma de suas alianças de noivado, presa a um cordãozito muito, muito fino.

A pele que habito Uma tatoo-sereia recém-desenhada se apaixona doidamente pelo surfista onde mora, e reconfigura o dilema dA sereiazinha literária pré-Disney: caso consiga que seu dono se afogue e pertença de vez ao mar, ela ganha a liberdade de existir para além dele e com ele, já que, nessa situação, a posição de ambos se inverte e o rapaz é que passa a ser uma imagem no corpo de sua Ariel particular.

Efeito borboleta Um senhorzinho e uma senhorinha vivem em pasmaceira isolada, tristonha, até que seu jardim começa a ser invadido por centenas, milhares, trilhardares de borboletas dos feitios mais distintos. De recolhido que era, o casal vira celebridade internacionalíssima; metade do mundo se enternece com o mistério colorido e metade quer cavucar as razões da panapanação de um exato jardim. Tudo fica particularmente enigmático, porém, quando as borboletas se põem a reunir pedacículos da história local: de repente trazem fragmentos de cartas, mapas, notas, fotos, documentos, provas até (talvez) de velhos assassinatos, evidências boquiabríveis de tudo quanto se passa ou se passou.

E o vento levou.

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