domingo, 19 de dezembro de 2021

Sinopses que talvez não existam para títulos natalinos que já

O amor não tira férias – Numa versão ópera-rockeada do Olimpo, o bonitão Eros anda exausto e desacreditado de suas funções, já que não se sente capaz de experimentar o que ele mesmo representa. Tão distraído, rebelde e má-vontadoso anda que decide bater asas rumo a um sabático, assim que realizar um último serviço barbarizando e flechando todo mundo aleatoriamente na festa da firma. Acontece que a DJ Prissy Q., contratada para assumir o som do evento, percebe o que o machinho revoltado quer fazer e tenta impedi-lo, donde resulta que os dois acabam se ferindo com a mesma flecha.

O estranho mundo de Jack – Mais uma aventura pirática do capitão Jack Sparrow, que dessa vez, por se ter lembrado em sonho de uma única cena inocentemente festiva da infância, fica obcecado em celebrar com seus tripulantes de maneira tão natalina quanto possível, sem ter, porém, nenhuma ideia decente de como agitar a coisa. Para animar a ceia esdrúxula providenciada pelos piratas com o que há a bordo (incluindo uma "árvore" de cordas enfeitada com joias recém-pilhadas), um toque de Casos de família: Jack recebe a visita duma sereiazinha adolescente que jura que ele é seu pai.

Esqueceram de mim – Determinado ano se desenrola tão, tão crazymente (sim: peguem 2020 e 2021 e multipliquem) que 90% das pessoas simplesmente não se dão conta de que loguíssimo será Natal. Os 10% restantes notam o absurdo, mas pelo mesmo absurdo se veem asfixiados – e logo crentes de serem eles próprios os insanos. Negócio caminha nessa dupla negação histérica até que um grupo de crianças dez-por-centas começa a convocar outras e outras e mais outras, pela internet, para que comecem a encher suas casas e ruas de músicas natalinas: apenas um violento ataque sonoro (do qual os olhos não podem fugir voluntários, indiferentes) parece dar esperanças de descongelar a amnésia universal.

A felicidade não se compra – Um guri estilo Riquinho, órfão, cisma que quer alugar uma família para si mesmo no Natal, e manda a proposta indecente a um casal que faz entregas em sua mansãozona. Ambos estão carecidos e pensam em topar, porém o Riquinho em questão não foge à sua loucura elitista ao fazer uma exigência: durante a ceia e a manhã natalinas, seu "pai" e sua "mãe" alugados precisam ser exclusivamente dele, sem abertura para a presença-brinde do "irmãozinho" que já é filho legítimo do casal. Ele e ela ficam mexidíssimos com o impasse: ou dispensam a grana que cairia como uma solução sobre sua quase falência, ou quebram o coraçãozito de seu menino na época que é, para ele, a mais luminosa do ano.

Cai (um mar de soluços n)o pano.

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