sexta-feira, 30 de julho de 2021

Barulhinho bom


Burburinho de água corrente, musiquinha dA vida da gente, acordes de "Qui nem jiló", trrrrrrrr de trilha de dominó, psssss de sabão em pó no recipiente; tonc! de lavagem que termina; vizinho que violina; tarde sem buzina. A cantiga do tororó. Pão em chapa quente.

Tim-tim com cristal; plim-plim pós-comercial; Leader trazendo Natal; abertura de um favorito na tevê. Chiado de LP. Borbulhas de Sonrisal. Crepitar de lareira; anúncio da Mangueira; tesoura de cabeleireira. Sem piada de pavê. Sem horror no jornal.

Plástico-bolha que espoca, explodir de pipoca, apito de leitor de preço, chorinho carioca, o Hino no começo. Calabresa imitando Ivete. Sotaque da Juliette. Sotaque pernambucano (baiano, lusitano). Ritmo cigano. Bola na raquete.

Ploc! do suco de uva, chuva, sapateado, pen drive encaixado. Gil indignado. Chaveiro amado abrindo a porta. Receita de torta pela Carol Fiorentino. O fim do Hino; o chamado da senha; a batida caribenha; as manhãs de feriado; o digitar no teclado; o tango argentino.

Vendedores de bala, notícia baphônica, som de urna eletrônica, dedo que estala, Romeu e Julieta da Turma da Mônica. Diálogos de dona Lícia; voz de Daniela Escobar; nosso time virando o placar; plantão de boa notícia; jingle da Minizinha (a maquininha que não tem aluguel); recepcionista de hotel; samba do Noel; contas de colar.

Bebês que gargalham, pílulas que chocalham, folhas que farfalham; comissárias de bordo perguntando "chicken or pasta"; solos de ginasta; uirapuru; rouxinol; sonata de Mozart em si bemol; risaditas de Pucca atacando o Garu.

Mensageiros dos ventos, bolinhas de gude, vinheta do iFood, casamentos, harpas e afins instrumentos, Roupa Nova, Quarteto em Cy, colibri que põe o equilíbrio à prova (e vence-o).

Silêncio.

Nenhum comentário: