terça-feira, 26 de outubro de 2021

O que me ajuda a escrever


A música de abertura de Nos tempos do imperador. Não que seja uma velha favorita ou algo assim; somente, abraçando muito redondamente a novela, simboliza para mim os dias que vêm sendo vividos ao lado da história – da História. Também tem o mérito musicalmente raríssimo de tocar dentro da cabeça sem embrulhar as sinapses.

A cadência da fala de Letícia Sabatella e Giulia Gayoso (a princesa Isabel), na mesma novela; que mui comumente é isto: vozes específicas me diapasam.

Madrugada, por mais que não necessariamente.

Silêncio. Obrigatório.

(Silêncio exterior, gente. As muletas sonoras acontecem na bagunça interna, que não consigo desligar.)

Silêncio também visual, motor, luzístico, ambiental: tevê ligada no meu campo d'olhos atrapalha horrores, mesmo no mute.

O texto da Martha. O texto da Lícia.

Goles de achocolatado sem lactose seguidos de água gelada; dão, para corpo e alma, uma sustanciazinha.

A sensação pós-refeiçãomente adquirida das infinitas possibilidades.

Embarcamento em emoções que passam de arrastão.

Os horários livres da obra que anda roubando a paciência do prédio.

Os horários em que arrefecem as dores de cabeça (amofinantes e literais).

Livros próximos, sujeitos a consultas, cheiradas, cutuques.

Francês escrito.

(Certas) estampas coloridas, essas lindas – compêndios açucarados de criatividade e harmonia.

Teimosia.

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