sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Outras (quase) dez dúvidas cruéis


Se o nome de alguém começa com uma letra e seu (mui utilizado) apelido com outra, qual das duas é sua letra-símbolo, sua letra-referência, dessas de bordar monograma ou usar em colar? Não bate uma crisezinha alfabético-existencial?

Same energy: se a pessoa vive de fazer/vive fazendo cover ou cosplay, enxerga efetivamente a si mesma ou sua identidade fica indissolúvel do personagem?

Por que se pergunta a uma criatura se ela está dizendo a verdade, considerando que não se sabe se ela dirá a verdade?

Por que se obriga o pobre usuário a atualizar produtos com os quais ele já está locus-amoenasmente feliz?

Tem cabimento esperar que, só porque um gêmeo nasceu às 23h59 do último dia de um signo e o outro gêmeo viu a luz à 0h01 do signo seguinte, eles venham a ter personalidades radicalmente distintas?

Tudo bem que uma caixa-preta seja em verdade laranjíssima, para chamar a atenção em meio aos escombros dum possível acidente; mas por que então, oh raios triplos!, se chama caixa-preta?

Gente canhota também acredita em sorte quando entra num local com o pé direito?

Qual é a CACETA da relação lógica entre "chinelo virado" e "morte da mãe"? De onde vem a crendice estapafúrdia numa punição para algo que não prejudica ninguém e não é crime? E, caso fosse crime, não seria mais eficaz uma ameaça genérica – perder alguma pessoa amada, por exemplo – em vez duma tão específica, que não desencorajaria os meliantes já órfãos?

Por que se diz que princesas como Branca de Neve e a Bela Adormecida foram resgatadas por Príncipes Encantados, se eram elas que estavam encantadas?

Aliás, por que chamar a substância dopadora de "Boa Noite, Cinderela", considerando que Cinderela NÃO foi uma das princesas dopadas por ninguém?

Se somos maioria – por que A GENTE é que é refém??

Nenhum comentário: